1000 Mulheres pela Paz ao redor do Mundo
Artigo extraído do site da Associação Guatá
A exposição “1000 Mulheres pela Paz ao Redor do Mundo”, que foi aberta dia 20 no Centro de Recepção de Visitantes (CRV) da Itaipu Binacional, em Foz do Iguaçu ficará aberta durante 15 dias. O público que visita-la vai conhecer, em fotos e textos instalados em 22 totens, as integrantes do Projeto 1000 Mulheres, um grupo representativo dos cinco continentes que luta pela paz mundial. A exposição, que no ano passado foi exposta no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília, já passou também por São Paulo e Rio de Janeiro.
A vinda da exposição ao CRV é uma iniciativa do Programa de Incentivo à Eqüidade de Gênero da Itaipu, em parceria com o Ecomuseu, instituição que deu apoio à montagem da estrutura da mostra. “A escolha do CRV se deu em função do grande número de pessoas de diferentes países que circulam por ali”, justifica Maria Emília de Souza, do Programa de Valorização do Patrimônio Regional e Institucional da Itaipu.
Como o próprio nome indica, o Projeto 1000 Mulheres conta com mil mulheres, de 154 países, que, segundo Maria Emília, lutam pela paz “não somente no caráter não-bélico da palavra”, mas num conceito mais abrangente, que inclui a conquista de moradia, alimentação e educação, por exemplo. Do Brasil, fazem parte do projeto 52 mulheres, apresentadas no livro “Brasileiras Guerreiras da Paz”, de Clara Charf, coordenadora do Projeto 1000 Mulheres no Brasil. Clara também estará presente na abertura da exposição. O livro será divulgado e vendido no evento.
Essas mulheres, de forma coletiva, concorreram ao Prêmio Nobel da Paz em 2005. Apesar de não terem vencido, o movimento não foi extinto e a luta pela paz mundial continuou unindo suas integrantes, que ganharam ainda mais adeptas em todos os países.
Mil Mulheres nasceu na Suíça com a idéia de mapear países e neles identificar um total de 1000 mulheres engajadas na luta por um mundo mais justo. Do total de 1000 nomes, ao Brasil coube uma cota de 52, proporcional à sua população
“A idéia é que a exposição provoque novas reflexões sobre o tema”, diz Maria Emília. A abertura da mostra será marcada com a apresentação de um painel, no auditório do CRV, às 18 horas do dia 20. O evento terá a participação de representantes do Projeto 1000 Mulheres no Brasil, Paraguai e Argentina. Serão duas de cada país. “Elas vão falar da experiência delas no projeto, e das suas áreas de atuação no processo pela paz”, explica Maria Emília.
Como parte da programação do encontro, será criado no Ecomuseu de Itaipu, na tarde desta sexta-feira, o Espaço da Paz, onde as apresentadoras do painel plantarão árvores.
Clara Charf
A escritora Clara Charf, que já recebeu o prêmio "Gente que faz saúde", da Organização Panamericana de Saúde (Opas), foi coordenadora da campanha 1000 Mulheres pela Paz no Brasil, que indicou coletivamente mil mulheres que atuam pela construção de uma cultura de paz ao Prêmio Nobel da Paz 2005.
"Quisemos agraciar com o prêmio Nobel mulheres de luta, de vida limpa, como aquelas que trabalham em favelas há anos lutando contra a violência policial", diz Clara Charf. Seu caminho árduo em defesa da paz começou em 1945, em plena Segunda Guerra Mundial. Participou dos protestos contra a bomba atômica durante a Guerra Fria e de vários Congressos em prol da paz. Na década de 1950, lutou contra o envio de soldados brasileiros para Guerra de Coréia. Com o Golpe Militar de 1964, teve seus direitos políticos cassados.
Há 58 de seus 81 anos, Clara decidiu abraçar com todas as forças a luta pela democracia do Brasil. Viúva do guerrilheiro Carlos Marighella, assassinado pela ditadura militar em 1969, viveu exilada em Cuba por nove anos e hoje é membro do Conselho Nacional dos Direitos da Mulher e da Comissão de Mortos e Desaparecidos Políticos.
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2008
Centenário de nascimento de Simone de Beauvoir
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Acreditamos que todo material produzido é fruto histórico imaterial de diversas colaborações e referências.....
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