Mulheres prontas para enfrentar a oficina
Cursos de mecânica básica atraem as motoristas, que já representam mais de 30% dos clientes das oficinas e que não admitem ser enganadas
Publicado em 02/09/2009 | Viviane FavrettoNilton Cesar dos Santos, chefe de oficina, é um dos instrutores do curso. Segundo ele – que trabalha há 18 anos nessa área –, os homens ainda são maioria nas oficinas, mas a clientela feminina cresceu muito. Santos diz que antes elas representavam 5% dos clientes e hoje já são 35%. Na Barigui, por onde passam 2 mil carros por mês, significa dizer que são 700 mulheres todos os meses resolvendo sozinhas os problemas do seu carro.
Cuide do carro
Veja alguns cuidados que você pode ter com o seu veículo para que ele funcione bem e por mais tempo.
Embreagem - É um item de uso contínuo e por isso se desgasta com o tempo. Não use a embreagem para controlar o carro nas rampas.
Cambagem - A cambagem (correção da inclinação da roda) só costuma ser necessária em caso de algum impacto forte causado por um buraco ou batida no meio-fio. Se houver a indicação em alguma oficina, procure uma segunda opinião.
Pneu - Calibre os pneus a cada 15 dias e faça isso com o veículo frio.
Líquidos - Ao abrir o capô do motor, observe que todos os reservatórios dos líquidos que devem ser verificados têm tampas amarelas ou vermelhas. Faça o acompanhamento constante.
Direção - Evite manter o volante esterçado, no final de curso da direção, por muito tempo. Nesta posição a bomba está sendo exigida ao máximo e sua vida útil será reduzida.
Óleo - Verifique com frequência o óleo do motor. Com o motor frio, retire a vareta de verificação, limpe a ponta e coloque-a novamente no reservatório, até o final. Então verifique a quantidade de óleo.
Atenção - Cuidado com pessoas mal intencionadas em postos de combustíveis que induzem o motorista a completar o óleo do motor sem necessidade.
Risco - O reservatório do líquido de arrefecimento do motor, ao ser aberto, pode provocar queimaduras em quem está manipulando-o porque o líquido atinge alta temperatura e pressão com o motor aquecido.
Elcio Antônio Bergossi, chefe de oficina da Servopa, afirma que elas representam de 30% a 40% da clientela. Há 22 anos atuando em oficinas, ele garante que hoje é muito mais comum a mulher levar o carro para revisões e consertos. E mesmo quando ela vai acompanhada do marido ou namorado, completa, muitas vezes é ela que mais se envolve na negociação e faz questionamentos.
A participação é grande, mas o conhecimento ainda é restrito, afirma Bergossi. “A mulher ainda tem muitas dúvidas em relação ao diagnóstico que é feito na oficina”. O que mudou, de acordo com ele, é que há alguns anos o mecânico dizia que teria de fazer determinado serviço e a cliente apenas autorizava. Hoje ela faz perguntas sobre o diagnóstico e quer que o profissional dê todas as explicações, diz Bergossi. Para ele, isso é fruto da insegurança que a mulher ainda sente na oficina e do medo que tem de ser enganada.
Hora da aula
Santos, da Barigui, explica que foi esse receio da mulher que motivou a empresa a criar o Motor Pink. De janeiro a agosto foram realizados cinco workshops e a expectativa é oferecer mais três até o fim do ano. A manhã começa com aulas teóricas. Os instrutores falam do motor e seu funcionamento, embreagem, câmbio, sistema de freios, freios ABS e air-bag. Depois abordam suspensão e pneus, tratando de sua estrutura, medidas e tipos de desgaste. A aula continua tratando do sistema elétrico e dos líquidos do veículo (óleo do motor, líquido da direção hidráulica, líquido dos freios, líquido do lavador do para-brisa, líquido de arrefecimento do motor), além dos filtros (de ar, de combustível e de cabine). Também é abordada a questão da direção defensiva.
A parte prática do workshop é o momento mais esperado. Na oficina, divididas em três turmas, as participantes observam o que havia sido comentado na aula teórica. O momento mais esperado, sem dúvida, é o da troca de pneus. Infelizmente, não dá tempo de todas praticarem. A auxiliar administrativo Rosane Seibert Ramalho, 30 anos, conseguiu. Ela conta que dirige há seis anos e comprou seu primeiro carro há seis meses. Ela diz que cuida de todos os assuntos relativos ao seu veículo sozinha e por isso sempre quis fazer o curso para ter uma noção em caso de necessidade. “E também para não ser enganada nas oficinas”, completa. Na troca de pneu, ela se saiu muito bem.
O Motor Pink terminou com uma palestra da psicóloga Maria Rafart, que falou sobre a relação das mulheres com o trânsito. O evento guarda ainda surpresas para as participantes, alguns mimos, mas isso não vamos adiantar aqui.
Serviço:
O próximo Motor Pink será no dia 19 de setembro. As inscrições podem ser feitas pelo telefone (41) 3017-7000 e é gratuito.
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