sábado, 16 de janeiro de 2010

Missa às 14 horas marca a despedida do público a Zilda Arns

Daniel Castellano / Agência de Notícias Gazeta do Povo / A fila de pessoas para dar o último adeus a Zilda Arns permanecia durante a noite
A fila de pessoas para dar o último adeus a Zilda Arns permanecia durante a noite
Morte no Haiti

Diversas autoridades, incluindo o presidente Lula, estiveram na sexta-feira no velório. Enterro será fechado para o público.

Uma missa de corpo presente, prevista para as 14 horas deste sábado (16) marca a última despedida do público à médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, que morreu no forte terremoto que abalou o Haiti. Na sexta-feira (15), quando teve início o velório da fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, diversas autoridades, entre elas o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, estiveram em Curitiba para o último adeus à médica.

Neste sábado, o dia começou com pouco movimento e sem filas para visitação ao velório de Zilda, que é realizado no Palácio das Araucárias, sede do governo estadual. Segundo a assessoria de imprensa da Pastoral da Criança, ao longo da madrugada diversas caravanas de voluntários da entidade, vindos do interior do Paraná e de estados como Santa Catarina, Bahia e Ceará, passaram pelo local.

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Palácio das Araucárias
Rua Jacy Loureiro de Campos, s/nº
Centro Cívico, Curitiba
Telefone: (41) 3350-2400

Vida dedicada à saúde pública

Nascida em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (Santa Catarina), Zilda Arns Neumann morava em Curitiba desde os 10 anos de idade, quando se mudou com a família. Formada em Medicina, escolheu o caminho da saúde pública desde cedo. Trabalhou inicialmente como pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, na capital paranaense, e posteriormente como diretora de Saúde Materno-Infantil, da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná.

Arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto celebrou missa antes de velório ser aberto ao público

Até o início da noite de sexta, aproximadamente 5 mil pessoas passaram pelo Palácio das Araucárias. A Polícia Militar (PM) deve divulgar uma estimativa mais atualizada sobre o número de visitantes até o fim desta manhã. O sepultamento do corpo da missionária está marcado para as 17 horas, em cerimônia restrita à família, no Cemitério Água Verde.

Para a manhã deste sábado está prevista a visita da senadora Marina Silva (PV-AC), que confirmou presença no velório.

Autoridades se despedem de Zilda Arns

Lula chegou ao prédio por volta das 20h30 de sexta-feira. Primeiramente, ele se reuniu com o governador do Paraná, Roberto Requião (PMDB) e depois se encontrou com familiares de Zilda Arns. O presidente veio a Curitiba acompanhado de uma comitiva de trinta pessoas, entre ministros e assessores, inclusive a ministra da Casa Civil e pré-candidata à Presidência da República, Dilma Rousseff. Na saída, Lula falou rapidamente com a imprensa.

Ele disse que os quatorze soldados que morreram e os desaparecidos estão simbolizadas na figura de Zilda Arns. “É uma perda muito grande para o Brasil e para o mundo. Zilda Arns foi uma pessoa que dedicou a vida para os mais necessitados e morreu fazendo o bem mais sagrado, ajudando os necessitados”, afirmou Lula.

Neste sábado, até as 9h30, estiveram pelo local o ex-prefeito de Curitiba e Secretário de Desenvolvimento Urbano e Meio Ambiente do Distrito Federal, Cassio Taniguchi, e o deputado federal Angelo Vanhoni (PT).

Também estiveram presentes, na sexta-feira, o presidente da Câmara dos Deputados, Michel Temer (PMDB-SP), o prefeito de Curitiba, Beto Richa (PSDB), o vice-prefeito, Luciano Ducci (PSB), o senador Alvaro Dias (PSDB), o governador de São Paulo, José Serra (PSDB), e o governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB).

Leia aqui o que parentes e autoridades falaram sobre Zilda Arns.

Sepultamento

Ainda no Palácio das Araucárias, está programada para as 14 horas deste sábado a missa de corpo presente da médica. O culto será exibido em telões na Praça Nossa Senhora de Salete - situada nas proximidades do Palácio das Araucárias - para que a população também possa acompanhá-lo, e pela internet, em um link que será disponibilizado no site da Pastoral da Criança. Após a celebração haverá o sepultamento no Cemitério da Água Verde, em cerimônia restrita aos familiares.

Visitação pública

Momentos antes da porta do Palácio das Araucárias se abrir para o público, cerca de 500 pessoas, inclusive crianças, já formavam uma fila em frente ao prédio. As duas primeiras pessoas, Maria Olina Aparecida e Justina Ângela Basso, voluntárias da Pastoral, estavam no local desde as 8 horas. “Como curitibanas, queremos ser as primeiras a acolher e recepcionar as pessoas que virão de outros lugares aqui hoje”, contou Justina.

Houve fila do lado de fora do Palácio durante todo o dia. Até por volta das 22 horas, ainda havia gente esperando para prestar uma última homenagem a médica. A previsão era de que o velório ficasse aberto à visitação publica durante toda a madrugada.

Chegada ao Brasil

O caixão com o corpo da missionária chegou por volta das 11h30 ao Palácio, depois de ser levado em um caminhão do Corpo de Bombeiros, em um cortejo que saiu do Aeroporto Internacional Afonso Pena, na região de Curitiba.

O avião que trouxe o corpo da médica chegou por volta das 3h30 em Brasília, e partiu às 8h30 da base da Força Aérea Brasileira (FAB) com destino ao Paraná. No Aeroporto Afonso Pena, o avião pousou por volta das 10h20. O caixão saiu, por volta das 10h50, em um cortejo com destino ao Palácio das Araucárias.

O senador Flávio Arns, sobrinho de Zilda, acompanhou o transporte do corpo desde o Haiti. Cerca de 50 familiares foram autorizados a ir até a pista do aeroporto para acompanhar a retirada do caixão da aeronave. Do terminal, a urna funerária seguiu em um caminhão do Corpo de Bombeiros, escoltado pela Polícia Militar (PM) e seguido por carros de parentes de Zilda.

Logo que chegou ao Palácio das Araucárias, por volta das 11h30, a urna funerária foi diretamente levada à sala onde acontece o velório, mas as portas do prédio não foram imediatamente abertas ao público. Entre as 11h45 e 12h15, o arcebispo emérito de Curitiba, Dom Pedro Fedalto, acompanhado de outros religiosos, fez uma oração à Zilda no local do velório. Ele fez um agradecimento ao trabalho da missionária.

Flores

Segundo os familiares, seria o desejo de Zilda Arns que no lugar de coroas de flores, fossem feitas doações para o trabalho da Pastoral da Criança. Quem quiser fazer contribuições deve acessar o site www.pastoraldacrianca.org.br.

A tragédia

Zilda morreu na terça-feira (12), aos 75 anos, vítima do forte terremoto que abalou o Haiti. A informação foi divulgada na manhã de quarta (13) pelo gabinete do senador Flávio José Arns (PSDB-PR), sobrinho de Zilda, e confirmada pela presidência da República.

A médica havia chegado em Porto Príncipe no último domingo (10) para um encontro com bispos e realizaria, às 10h desta quarta-feira, uma palestra sobre a Pastoral da Criança na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Na quinta-feira, teria um encontro com representantes de ONGs. A viagem de volta ao Brasil estava prevista para a sexta-feira (15).


GAZETA DO POVO 16/01 às 10:03h

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