segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Meninas de 13 a 19 anos são foco da campanha de prevenção à aids


O motivo é o crescimento de casos entre as garotas dessa faixa etária nos últimos anos

03/01/2010 | 11:57 | Agência Brasil

Durante o Carnaval de 2010, o Ministério da Saúde vai priorizar a campanha de prevenção aids no grupo de meninas de 13 a 19 anos. O motivo é o crescimento de casos entre as garotas dessa faixa etária nos últimos anos.

Segundo o último Boletim Epidemiológico da Aids e de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST), divulgado em novembro, foram registrados mais casos entre as garotas dessa idade em relação aos meninos desde 1998. Atualmente, a cada 8 meninos infectados existem 10 casos de meninas. Antes, a proporção eram 10 mulheres para cada grupo de 15 homens.

Segundo o diretor-adjunto do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, Eduardo Barbosa, a maioria dos jovens busca o preservativo na primeira relação sexual. Mas quando o relacionamento fica estável, o uso da camisinha é deixado de lado. Na medida que vão tendo confiança no companheiro abandonam o preservativo, disse Barbosa, em entrevista Agência Brasil.

Com veiculação nas emissoras de televisão e rádio, a campanha vai orientar os jovens sobre as formas de contágio da doença e os cuidados para a prevenção, além da distribuição de camisinhas nos sambódromos e blocos de rua. O Ministério da Saúde já encomendou 1,2 bilhão de preservativos para ações da pasta no decorrer dos próximos dois anos, conforme Barbosa.

Uma das políticas do ministério para o público de 13 a 24 anos de idade é o programa Saúde e Prevenção nas Escolas, em que o estudante recebe orientações sobre o contágio, sintomas, prevenção, tratamento e como viver com o vírus HIV. Conforme Barbosa, 50.214 escolas públicas e particulares já integram o programa. Em 10 mil, o aluno pega o preservativo no próprio colégio. A decisão de distribuir ou não é tomada pela comunidade escolar.

Segundo a representante da Rede Nacional de Adolescentes e Jovens Vivendo com HIV/Aids, em São Paulo, Micaela Cyrino, poucas escolas da capital paulista entraram no programa. Ela atribui a baixa adesão s diferenças sociais na metrópole e o preconceito da sociedade em falar de sexo com adolescentes. As pessoas encaram como incentivo ao sexo e não como prevenção, afirmou. A estimativa é que existam 630 mil pessoas infectadas com o vírus HIV no Brasil.

GAZETA DO POVO 04/01/10 às 08:00

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