Marco Aurélio Martins/Agência A TARDE
Crianças esperam atendimento em delegacia especializada: maior vulnerabilidade“Eu vim aqui falar ao policial que o homem namorou comigo”. A frase da menina L. S. S., de 6 anos, foi dita na Delegacia de Repressão ao Crime Contra a Criança e o Adolescente (Derca), há duas semanas, quando ela foi levada pelo pai e pelo avô a fim de prestar queixa contra o companheiro da mãe da garota, que teria abusado sexualmente dela.
De acordo com a menina, o abuso ocorreu duas vezes, quando sua mãe a deixou na casa do companheiro. “Ele falou que não era para eu dizer nada a ninguém”, completou a criança, que hora por outra sorria para a repórter que a esperava.
A família percebeu que algo não ia bem depois que a menina passou a se comportar de forma diferente. Segundo o avô, a menina mora com a mãe e costuma passar os finais de semana com os avós. Contudo, ela passou a apresentar resistência em voltar para a casa de sua mãe e, então, contou o que seu padastro fazia.
Além de resistência em se aproximar de determinadas pessoas, outros comportamentos podem indicar que uma criança ou adolescente foi ou está sendo vítima de abuso sexual.
De acordo com a psicóloga do Projeto Viver, Luisi Quadro, cada pessoa pode apresentar um comportamento diferenciado, mas, de um modo geral, a família pode atentar para a existência de um comportamento sexualizado não esperado para a idade da criança, queda no rendimento escolar, voltar a urinar na cama, uma fala muito sexualizada para a idade e alteração do humor.
“São atitudes que chamam atenção e exigem cautela, pois, assim como podem sinalizar violência sexual, podem também estar relacionadas a outros acontecimentos”, ressalva a especialista.
Luisi diz que a família precisa criar um espaço para diálogo com a criança ou o adolescente e manter uma relação de confiança que os deixe à vontade para expor qualquer problema.
Agressor - “O agressor geralmente é o pai, o padrasto, o tio, o primo ou o irmão mais velho”, afirma a assistente social do Centro de Defesa da Criança e do Adolescente Yves de Roussan (Cedeca), Ana Cristina dos Santos.
Dos 222 casos de abuso sexual atendidos pelo Cedeca de fevereiro a setembro de 2009, 70 tiveram o pai como agressor. A especialista diz que, geralmente, o agressor age para adquirir a confiança da vítima, que pode passar a apresentar alterações no comportamento quando percebe o que estava por trás das atitudes do agressor.
Ausência ou excesso de higiene, bem como agressividade são comportamentos comuns na adolescência, portanto, ao perceber a existência dessas atitudes, a família deve buscar mais informações com a suposta vítima para tentar distinguir uma postura da fase com o abuso.
Comportamentos que podem indicar abuso sexual
Humor e sono - Apresentar alterações no humor e pesadelos
Urinar na cama - Voltar a urinar na cama
Agressividade - Apresentar comportamento agressivo
Apetite - Resistência em se alimentar
Medo - Resistência em ficar na presença de muitas pessoas e medo
Escola - Baixo índice de aproveitamento escolar
Higiene - Ausência ou excesso de hábitos de higiene, sobretudo com relação ao banho
Fala - Comportamento ou fala muito sexualizados para a idade
Onde denunciar
Cedeca Assistência jurídica e psicoterápica: 3321-5196/ 3321-1543
Projeto Viver Atendimento social, médico e psicoterapia: 3117-6700
Delegacia de Repressão ao Crime Contra a Criança e o Adolescente (Derca): 3116-2151/ 2152.
http://www.atarde.com.br/cidades/noticia.jsf?id=1328821
Leide Manuela Santos
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