Garon Piceli
Segundo informações de um jornal de circulação estadual, atendentes de farmácias do país vizinho estão falando que muitos brasileiros procuram o remédio todos os dias, indo pessoalmente ou através do telefone. Supostamente alguns clientes levam de uma só vez até 100 caixas do medicamento. Cada estojo custa aproximadamente R$ 95, mas o preço, segundo balconistas, passará para R$ 135 na semana que vem. O Tamiflu é vendido sem receita médica na cidade Paraguai- Ciudad del Este, fronteira com Foz do Iguaçu.
A grande procura pela medicação fez os laboratórios paraguaios lançarem outras versões genéricas do medicamento, nomeadas como Biosid, Oselta e Laporcina – em referência a ‘gripe porcina’, como é chamada a gripe Influenza A H1N1 nos países hispânicos.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) informa que a compra de Tamiflu em outros países, como no Paraguai, em grande quantidade para fim de revenda é proibido, mas ressaltou que não é proibida a venda a uma pessoa para consumo próprio. Porém, a compra sem a receita médica não é autorizada.
Segundo a agência, não há registro de comércio de Tamiflu falsificado vindo de fora do país nem de medicamento contrabandeado. A distribuição do remédio no Brasil está sendo feita diretamente pelo Ministério da Saúde aos postos de saúde.
Nas operações realizadas na fronteira a Policia Federal e agentes da Receita Federal apreendem constantemente medicamentos como Cytotec, de uso proibido no país, Viagra e Cialis falsificados, Pramil, Sibutramina e Desobesi (substâncias sob controle especial), dentre outros.
Lista de compras
A reportagem do Jornal Nacional, também realizou a denúncia. A matéria veiculada no telejornal da Rede Globo diz que brasileiros estão cruzando a fronteira com o Paraguai para comprar remédios contra a gripe suína, que está incluído na lista de compras de muitas pessoas. A reportagem denuncia que quando falta o remédio, os farmacêuticos oferecem um produto que teria a mesma fórmula, só que produzido no Paraguai.
O secretário da saúde orienta que o remédio usado indiscriminadamente provoque o surgimento de um vírus mais resistente. “É o que acontece com o antibiótico. É usado em larga escala e há hoje inúmeras bactérias resistentes ao antibiótico. Isso também acontece com os vírus. Por isso a gente recomenda mais uma vez que não se utilize remédios sem a indicação do médico”.
No Brasil
A Roche fabricante do fosfato de Oseltamivir, vendido comercialmente com o nome de Tamiflu, no Brasil, informou que está alinhada com o Ministério da Saúde para dar prioridade aos pedidos dos estados e que esta conduta obedece a uma orientação do plano de contingência da própria OMS, que prioriza o abastecimento dos governos em situações de emergência.
A Roche também aumentou a capacidade de produção e ampliou a capacidade de produção do medicamento. A produção do medicamento foi aumentada para alcançar um resultado máximo de 36 milhões de kits por mês, equivalente a 400 milhões de kits de tratamento (4 bilhões de cápsulas) por ano. A empresa enfatiza que o Tamiflu é um medicamento de venda controlada e seu uso deve ser recomendado e acompanhado por um médico.
Quem deve tomar o Tamiflu?
O ministro da saúde, José Gomes Temporão, informou que o medicamento Tamiflu não será dado a todas as pessoas que apresentarem a doença e sim apenas nos casos mais graves. Segundo ele, o médico deverá avaliar cada situação - principalmente se a pessoa tiver sintomas fortes e se estiver entre o grupo de risco - e, só então o medicamento será indicado.
JORNAL DO IGAUÇU
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