quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Hospital deixa mais de 40 na rua



Antigo hospital São Gabriel em Foz do Iguaçu dispensa funcionários com o pretexto de reforma, porém sem rescisão de contrato; salários estão atrasados há três meses

Garon Piceli

O caso já é conhecido dos iguaçuense, igualmente como aconteceu com o fechamento da Santa Casa onde dezenas de funcionários saíram sem receber nada e com os salários, fundo de garantia e outras pendências atrasadas o Hospital das Clínicas, antigo São Gabriel, fechou as portas e mandou os colaboradores para casa, com o salário atrasado, pelo motivo de reforma no setor de raio X.
O informe na porta principal do prédio onde funcionava o Hospital das Clínicas diz: “Hospital fechado temporariamente por motivo de reforma”, porém o prédio encontra-se com pedido de despejo e os bens bloqueados por outras medidas cautelares determinadas pela justiça.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde de Foz do Iguaçu, Paulo Sérgio Ferreira, conta que o órgão já vem acompanhando a série de irregularidades naquela casa de saúde desde agosto do ano passado, e que o hospital já apresentava atraso no pagamento dos salários. “Os funcionários ficaram três meses sem receber, o sindicato encaminhou duas autuações e notificações ao Ministério do Trabalho, que chegou a fiscalizar o local e constatou as irregularidades e de dezembro para cá os atrasos começaram a ser constantes”, conta Ferreira.
O presidente conta que as irregularidades continuaram e novamente foi realizada uma fiscalização do Ministério do Trabalho, que realizou autuações, “e foi virando uma bola de neve... chegando agora em julho mandaram os trabalhadores para casa dizendo que iriam fazer uma reforma no local, precisamente no aparelho do raio x, porém o hospital neste período já estava falido”, conta.


Silvio Vera

O papel na porta informa o fechamento por motivo de reforma, porém o prédio sofre pedido de despejo

Sem aviso
No momento em que a administração do hospital dispensou os cerca de 50 funcionários - 40 com carteira assinada (enfermeiros, auxiliares de enfermagem, seguranças, copeiros, vigias entre outros)- não foi dado nenhum tipo de aviso e nem férias coletivas, além do mais o salário já constava três meses com pendências. “Até onde a lei trabalhista diz: se uma pessoa fica em casa à disposição da empresa ela está recebendo. Então, certamente o mês de agosto ainda consta no holerite”, diz Ferreira.

Negociações
Na ocasião, uma denúncia foi protocolada junto ao Ministério Público, “o procurador do município convocou uma audiência com todos os sócios, mas apenas dois sócios compareceram e somente discutiram coisas pertencentes a sociedade e nada relacionado com os trabalhadores, foi uma verdadeira lavação de roupa suja.Diante deste fato uma outra audiência foi convocada com mandato da polícia Federal, caso os outros sócios não comparecerem, na segunda audiência foi estudada uma maneira de fazer uma gestão compartilhada, como já aconteceu em outros hospitais, onde todos os órgãos de defesa do trabalhador iriam administrar os recursos do hospital, mas isso não foi possível pois há outras questões cautelares de outros trabalhadores que saíram”, comenta.
A dívida do FGTS dos trabalhadores ultrapassa os R$ 350 mil, e a associação do hospital responde por apropriação indevida de recursos porque descontaram a contribuição sindical e não repassaram para o sindicato.
O Sindicato dos Trabalhadores na Área da Saúde irá agora entrar com demanda judicial para tentar retirar a quantia que os trabalhadores reclamam através da justiça, ajuizando mais de 40 ações na Justiça do Trabalho, “e esperar para que se faça justiça para que se defina o modo de como pagar os trabalhadores”, conta o presidente sindical.
A reportagem do JI tentou falar com um dos sócios, mas o telefone estava desligado e no escritório o número encontrava-se ‘bloqueado’.

JORNAL DO IGUAÇU


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