quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Fechamento dos distritos policiais preocupa população

Reestruturação da Polícia Civil em Foz do Iguaçu fecha distritos policiais nas periferias; o atendimento será centralizado na 6ª SDP

Garon Piceli

A Polícia Civil de Foz do Iguaçu está passando por uma revitalização geral nos setores e instituições que a compõem. Segundo o delegado chefe da Polícia Civil, Dr. Alexandre Macorin de Lima, novas organizações poderão atuar na cidade. “A Divisão Estadual de Narcóticos (Denarc) já está operando no 2º DPC – Vila A, e o Instituto de Criminalística já se mobiliza para ocupar o prédio onde o Denarc era instalado – em cima do Instituto de Identificação, na Av. Paraná ao lado do colégio Barão do Rio Branco”. O delegado Macorin não adianta maiores informações sobre a reestruturação, porém a reportagem do Jornal do Iguaçu foi até os distritos policiais da cidade onde foi possível confirmar a informação de que os Distritos irão ser fechados e os atendimentos a população passarão a ser centralizados na 6ª SDP; delegacia central da Polícia Civil na av. Paraná. Macorin revela que será realizada uma coletiva de imprensa com o secretário de segurança do Paraná, Luiz Fernando Delazari, para serem reveladas as mudanças na Civil, porém não assegurou a data.
Ainda sem um anúncio oficial, apuramos que o Instituto de Identificação ( da av. Paraná) também mudará de local, segundo fontes, o ID passará a atender no 1º DP (COHAB).

Fechamento
Na porta do 1º distrito policial de Foz do Iguaçu, no bairro Cohapar II, ao lado da Praça da Bíblia, o aviso já denuncia, “Registros de Ocorrências dirigir-se a av. Paraná”. O distrito está realizando somente boletins de ocorrências como furto e roubos de documentos. As demais ocorrências que demandam de atendimento de cartório, obrigatoriamente atendimento imediato ou aquele que uma parte tem reconhecimento do acusante como difamação, injúria ou ameaça estão sendo centralizados na 6ª SDP.
O 1º DP além de estar realizando somente pequenos boletins de algumas ocorrências as repassa para a central onde o processo é mantido e operado. O distrito policial conta com apenas um escrivão e um policial - que ainda acumula funções de escrivão nos horários rotativos, impossibilitando, na maioria das vezes, o atendimento a comunidade em uma das regiões mais violentas da cidade. Boletins de homicídios também já estavam sendo centralizados na av. Paraná. Em relação aos outros boletins, há um mês o sistema está funcionando da seguinte forma.
A 2ª Delegacia da Policia Civil, na av. Américo Sílvio Américo Sasdeli, Vila A, já estava fechada desde o dia 03, o servidores do Denarc já estão atendendo no local, quem procurar a delegacia para a realização de boletins de ocorrências terão que se dirigir a 6ª SDP.

Silvio Vera

O distrito policial da Vila A foi um dos primeiros a fechar

Boletim
Em nossa visita ao 1º DP, pudemos acompanhar o lavramento de um boletim de ocorrência de um furto a um celular às 15h, o assalto aconteceu na rua Pôr do Sol, no conjunto Libra. A jovem de 16 anos disse que “um rapaz chegou e pediu meu celular, não quis dar, mas daí ele mostrou a arma apontou para mim e encostou na minha cabeça, e tudo isso na luz do dia”, revela. A moça e a mãe chegaram ao distrito policial desesperadas e chorando, sua mãe reclamava da falta de policiamento, “nunca vi um policial fazendo ronda ou em policiamento na av, Pôr do Sol”, reclama.


Quando a reportagem anunciou do fechamento do distrito para a mãe e filha assaltadas, elas ficaram desesperadas, “com a polícia do nosso lado já acontecem muitos roubo imagina depois que eles saírem daqui!? Só de saber que tem um policial dentro do módulo já inibe os assaltos, com a policia só no centro será uma calamidade”, protesta.

Denúncias
Uma fonte que pediu para não ser identificada e que trabalha em um dos distritos da Civil espalhados pelas regiões - são seis ao total, denuncia a falta de policiais nos distritos para o atendimento a população e a ronda que deveria ser realizada constantemente. Ela conta que “se houver um assalto a 100 metros do distrito o policial, se estiver sozinho como muitas vezes acontece, não tem como deixar o DP para fazer o atendimento. E ainda é muito cansativo, porque com a falta de pessoal temos que nos redobrar nos trabalhos para poder dar o atendimento que a população precisa, porque o módulo não pode ficar sem ninguém e muito menos fechado”, comenta. Nossa fonte ainda conta que ficou dois anos sem tirar férias, “se tirasse o distrito ficaria sem atenção”. Ela diz ainda que há cinco anos o sistema da Polícia Civil era mais eficiente que hoje, “fazíamos ronda e tínhamos um cadastro fotográfico de várias pessoas que eram abordadas nas ruas pelos policiais, assim era mais fácil encontrar os assaltantes, a polícia estava mais próximo da sociedade e os distritos tinham autonomia para trabalhar”, revela.


Módulos estão abandonados


Os iguaçuenses que moram nas regiões periféricas da cidade e que são contemplados com os distritos da Polícia Civil reclamam da situação do fechamento dos módulos. O 2º distrito era instalado em frente ao centro comercial da Vila A, os comerciantes falam que a polícia inibia vários roubos, e quando era solicitada estava presente, porém agora é um “absurdo, tínhamos segurança, agora eles vão sair daqui?
Primeiro tiraram o nosso módulo da Polícia Militar que tinha no jardim Santa Rosa, agora a Polícia Civil. Estamos com o comércio aqui já faz dois anos e nunca aconteceu nada, mas agora vai saber?” indaga-se a comerciante Elice Marujo.
O atendente de caixa de um supermercado que também fica na mesma avenida do módulo reclama da situação. “O distrito tem que estar aberto”, diz Juliano Candido.

JORNAL DO IGUAÇU

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