terça-feira, 13 de julho de 2010

UNICEF: mutilação genital feminina afecta três milhões por ano

Prática pode ser eliminada numa geração

Foto: Jean Marc Boujou/AP (arquivo)
A excisão pode ser evitada através de uma mudança de mentalidades.

A UNICEF revelou que três milhões de raparigas em África e no Médio Oriente são sujeitas a mutilação genital todos os anos, defendendo que esta prática pode ser eliminada "no espaço de uma geração".

O relatório "Mudar uma convenção social nefasta: a mutilação genital feminina", hoje divulgado, aponta um aumento de dois para três milhões de vítimas por ano em relação a estudos anteriores, o que não reflecte um aumento da prática, mas sim a existência de dados mais fiáveis.

A mutilação genital ou excisão é uma prática tradicional na África sub-sariana e no Médio Oriente que inclui a ablação do clítoris, o que leva em muitos casos à morte. Dor, hemorragias prolongadas, infecções, infertilidade e morte são na realidade as consequências da excisão, afirma a UNICEF, frisando que "devido à natureza privada desta imposição, é impossível calcular o número de vítimas mortais".

A mutilação genital já foi efectuada a 130 milhões de raparigas e mulheres nos 28 países da África sub-sariana e do Médio Oriente, onde a prática está enraizada e muitas vezes é feita por profissionais de saúde. Devido à emigração, acaba por verificar-se em comunidades por todo o mundo.

Embora a UNICEF assinale que a taxa de prática da mutilação genital tenha descido em países como Benim, Burkina-Faso, Etiópia, Iémen ou Quénia, "são pequenos os progressos alcançados para a diminuição da prática global".

"Eliminar a mutilação genital feminina vai exigir maiores esforços por parte dos governos, da sociedade civil e da comunidade internacional", reconhece o relatório.

Para tal, a Unicef compromete-se a "influenciar políticas, leis e orçamentos" e diz ter parceiros que a ajudam a actuar no terreno. "Tudo nos leva a crer que, através de um empenho global colectivo, essa prática pode ser eliminada no espaço de uma única geração", afirmou a directora executiva adjunta da Unicef, Rima Salah.

Líderes de opinião, chefes tradicionais e líderes religiosos, profissionais de saúde, curandeiros, assistentes sociais e professores têm um papel a desempenhar para "desencorajarem a realização desta prática", salienta o relatório.


Fonte>: http://www.adur-rj.org.br/5com/pop-up/mutilacao_feminina.htm

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