quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

Paulo Octávio renuncia ao governo do DF. Aliado de Arruda é novo interino

Mensalão de Brasília

O governador interino do Distrito Federal, Paulo Octávio, enviou na tarde desta terça-feira à Câmara Legislativa distrital um pedido de renúncia do cargo. A carta foi lida no plenário, oficializando a renúncia. O governo foi assumido interinamente pelo deputado distrital Wilson Lima (PR), aliado do governador licenciado José Roberto Arruda.


Lima disse que não pretende fazer "mudanças bruscas" nem aceitar "ingerência política". "Não serei empecilho à volta da normalidade. Não criarei um único obstáculo para a condução democrática de nossa cidade. Não farei mudanças bruscas, e não aceitarei nenhuma ingerência política", afirmou. O governador interino disse que pretende ser "um instrumento de transição democrática entre um governo eleito e outro governo eleito".

Na carta de renúncia, Octávio alegou falta de apoio político. "Nenhuma dessas premissas (apoio político) se tornou realidade e, acima de tudo, o partido a que pertencia solicitou aos seus militantes que deixem o governo. Sem o apoio do DEM, legenda que ajudei a fundar no DF e a qual pertencia até hoje, considero perdidas as condições para solicitar respaldo de outros partidos no esforço de união por Brasília", escreveu ele.

Desfiliação - Pouco antes, Paulo Octávio apresentou ao DEM seu pedido de desfiliação. A informação foi confirmada pela assessoria de Paulo Octávio. O comunicado inclui uma única frase: "Venho por meio desta comunicar a minha desfiliação do partido."

A executiva nacional do DEM havia imposto prazo até a manhã desta quarta-feira para que ele deixasse a legenda ou renunciasse ao governo do DF. Nesta terça, um grupo de parlamentares do DEM apresentaria ao partido o pedido de expulsão de Paulo Octávio, por causa das denúncias que supostamente envolvem a cúpula do governo do DF - incluindo o governador afastado José Roberto Arruda (ex-DEM), deputados distritais e empresários no esquema de corrupção conhecido como Mensalão do DF.

Intervenção - O presidente do DEM, deputado Rodrigo Maia (RJ), avaliou que a renúncia de Paulo Octávio foi provocada pela "total incapacidade dele de gerenciar o governo neste momento".

Maia disse que a situação de Paulo Octávio também foi se agravando no partido e que, mesmo que ele renunciasse ao cargo, não haveria mais clima para ele permanecer na legenda. Maia recebeu a desfiliação de Paulo Octávio antes do anúncio da renúncia ao governo do Distrito Federal.

O presidente do DEM afirmou que o partido é maior do que a crise no Distrito Federal. "O DEM fica sem governador, mas fica com seus princípios. Tenho certeza que nossos princípios valem mais do que qualquer governo", disse.

O líder do PSB na Câmara, Rodrigo Rollemberg (DF), afirmou que está cada vez mais clara a necessidade de uma intervenção federal no Distrito Federal para resolver definitivamente a crise. Segundo ele, há uma grande contaminação das instituições, especialmente no Executivo do Distrito Federal e na Câmara Legislativa. Ele lembrou que, no caso de vacância do cargo, a legislação diz que a escolha do novo governador seria indireta, pela Câmara Legislativa.

"Está claro que essa Câmara não tem condições de eleger o novo governador do Distrito Federal", disse. Rollemberg afirmou que a intervenção é uma medida de caráter temporário, saneadora e que não compromete a autonomia do Distrito Federal.

(Com Agência Estado)

VEJA .com 24/2 às 07:22h

Um comentário:

  1. A VERDADE ESTE MENSALÃO DE BRASILIA VEIO PROVAR QUE: O CANDIDATO QUE ESTAVA COTADISSIMO PARA SER VICE DE SERRA E TÃO BOM QUANTO ELE.SERRA NÃO DEVE SER NADA MELHOR QUE ARRUDA.

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