SPM comenta o relatório da ONU sobre a situação da população mundial
19/11/2009 - 14:38
O documento conclui que mulheres arcam com o ônus da mudança climática
Foi lançado, nesta quarta-feira (18/11), em Brasília, o Relatório sobre a Situação da População Mundial 2009 - Enfrentando um mundo em transição; mulheres, população e clima, divulgado pelas Nações Unidas (ONU). A Secretária Especial de Políticas para as Mulheres (SPM) esteve presente como convidada para comentar o relatório. Na sua fala, a gerente de projetos da SPM Hildete Pereira de Melo ressaltou a importância de este relatório incorporar olhar de gênero, trazendo à tona a questão feminina na discussão sobre as mudanças climáticas, até hoje esquecida na agenda global sobre o tema.
Vale destacar, que somente em dezembro de 2008, a Secretaria da Convenção - Quadro das Nações Unidas sobre Mudança de Clima (CQNUMC) reconheceu a dimensão de gênero da mudança de clima e que seus impactos afetarão mulheres e homens de modos diferentes. São as mulheres que arcam com o maior ônus, porque elas são pobres e as mudanças climáticas comprometem os meios de subsistência colocando em perigo a vida da população, indicando a necessidade de uma atenção especial para compensar as desigualdades que elas enfrentam.
O relatório coloca em foco outra questão importante para as mulheres ao relacionar a mudança climática com o crescimento populacional. Mas essa questão se refere ao Brasil. A população brasileira aumentou quase dez vezes ao longo do século XX, mas nas últimas décadas esta a trajetória ascendente da taxa de crescimento de sua população vem mudando rapidamente. A taxa de mortalidade vem caindo desde 1940 e possibilitou um ganho de 35 anos na expectativa de vida da população brasileira, enquanto a fecundidade (número médio de filhos/as de uma mulher) só começa a declinar a partir dos anos 1960 de forma rápida e violenta.
A taxa média de fecundidade tem um papel decisivo na diminuição do crescimento populacional. Esta cresceu de 1940 a 1960 com 6,3 filhos por mulher, a partir de então se inicia um processo de declínio: em 1970 esta taxa foi de 5,8 filhos por mulher, em 1980 caiu para 4,4 filho por mulher, em 2004 foi de 2,1 filho por mulher, em 2007 passou para 1,95 filho por mulher e em 2008 alcançou 1,89 filho por mulher. Esta redução expressa uma profunda mudança no comportamento feminino, com separação da sexualidade da reprodução. A elevação da escolaridade e o acesso ao mercado de trabalho também afastaram as mulheres das funções reprodutivas. O Brasil envelhece e, aparentemente, no que diz respeito ao crescimento da população já estamos contribuindo para reverter o desastre climático que se anuncia.
http://www.presidencia.gov.br/ 22/11 às 09:59h
Nenhum comentário:
Postar um comentário