Governo brasileiro anistia o educador Paulo Freire
Viúva receberá indenização de R$ 100 mil do Estado brasileiro. Perseguido durante o regime militar, ele foi demitido e exilado no Chile
26/11/2009 | 18:52 | G1/Globo.com
A Comissão de Anistia do Ministério da Justiça anistiou nesta quinta-feira (26) o educador Paulo Freire, falecido em 1997. A viúva, Ana Maria Araújo Freire, que acompanhou o julgamento do processo nesta manhã, em Brasília, receberá indenização de R$ 100 mil do Estado brasileiro. Ela havia entrado com o pedido em abril de 2007.
Freire passou a ser perseguido em 1964, quando o Brasil passou a ser governador pelo regime militar. O educador acabou demitido, preso e exilado para o Chile. Retornou para o Brasil em 1981 e morreu em São Paulo.
Foi a partir da experiência em Angicos (RN), em 1963, quando alfabetizou 300 trabalhadores em 45 dias, usando o “método Paulo Freire”, que passou a influenciar o pensamento pedagógico em vários países. O método consiste em evitar a "decoreba", focando o aprendizado no diálogo e na discussão de temas sociais que faziam parte do dia-a-dia dos alfabetizandos.
Perseguição
Após o decreto do Ato Institucional I, Paulo Freire acabou aposentado compulsoriamente da cadeira de professor de História e Filosofia da Universidade Federal de Pernambuco e também foi exonerado do Conselho Estadual de Educação de Pernambuco, além de preso por 70 dias em Olinda (PE), de onde saiu para o exílio. No Chile, desenvolveu programas de educação de adultos no Instituto Chileno para a Reforma Agrária.
A cerimônia de concessão da anistia aconteceu durante o Fórum Mundial de Educação Profissional e Tecnológica. Uma exposição fotográfica sobre Freire está sendo realizada no local.
Gazeta do Povo 27/11 às 0:0h
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