terça-feira, 19 de junho de 2012


» SHEILA OLIVEIRA - Corrio Braziliense
Publicação: 18/06/2012 04:00
Manifestantes chamaram a atenção para o parto humanizado (Janine Moraes/CB/D.A. Press)
Manifestantes chamaram a atenção para o parto humanizado
 
Cerca 150 mulheres saíram, na manhã de ontem, em caminhada pelo Parque da Cidade para reivindicar o livre direito de escolha sobre o local onde dar à luz. Intitulada “Marcha pelo Parto em Casa”, a manifestação foi organizada por meio das mídias sociais e contou com apoio da Rede pela Humanização do Parto e Nascimento (Rehuna), que congrega diversos profissionais de saúde, como médicos, enfermeiros e parteiras apoiadores da causa. O evento aconteceu, ao menos, em 11 capitais brasileiras.


De acordo com uma das organizadoras da marcha, a psicóloga Clarissa Kahn, 32 anos, a iniciativa surgiu em defesa do médico Jorge Kuhn, renomado médico obstetra, após o Conselho Regional de Medicina do Rio de Janeiro (Cremerj) apresentar denúncia contra o profissional que mostrou, em um programa de televisão, os benefícios do parto em casa a gestantes de baixo risco. “Queremos mostrar que o parto domiciliar é humanizado e não prejudica nem a criança nem a mãe”, explica Clarissa.

Segundo a presidente da Rehuna, a médica Daphne Rattner, o evento serviu também para chamar a atenção da sociedade sobre a importância de iniciar uma discussão à respeito das vantagens do parto em casa. “Estamos coletando assinaturas pela internet para serem entregues ao Ministério da Saúde. Na petição, solicitamos ao governo o debate cientificamente fundamentado sobre o local do parto. Pesquisas comprovam que dar à luz ao lado da família e no conforto de casa contribui significativamente para a recuperação da mãe. Tudo isso se deve ao respeito do corpo da mulher”, revela.

No Distrito Federal, existe o grupo Ishtar, que reúne cerca de 200 mulheres, e oferece apoio à gestante que escolhe dar à luz em casa. “Médico obstetra do Hospital Santa Luzia, Paulo Miranda explica que o parto domiciliar não é bem- aceito pela comunidade médica devido aos riscos. “É uma ideia excepcional, mas que exige um alto nível de profissionalização das pessoas envolvidas no processo. Dar à luz em casa requer uma série de cuidados, tais como equipamentos de socorro, medicação e até mesmo ambulância”, diz.

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