30 Outubro 2012
Agência Câmara
Alexandra Martins
As parlamentares da CPMI conversaram hoje com a delegada da mulher do DF, Ana Cristina Santiago.
O
atendimento às mulheres no Distrito Federal (DF), em especial às
vítimas de violência doméstica, é uma referência nacional, na avaliação
das integrantes da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI)
da Violência contra a Mulher. Deputadas e senadoras fizeram, nesta
terça-feira (30), diligências na Delegacia Especial de Atendimento à
Mulher (Deam) e no Centro de Referência de Atendimento à Mulher de
Brasília.
Segundo a deputada Marina Santanna (PT-GO), que sugeriu as visitas,
há um cuidado específico de investimento para a mulher em Brasília. “É
uma excelente delegacia que temos aqui, e é necessário que mais mulheres
possam usufruir dessa excelência”, afirmou. Apesar dos elogios, a
deputada disse que faltam espaços na rede de proteção às mulheres em
algumas das cidades mais populosas do Distrito Federal.Na segunda-feira (29), as parlamentares foram a três cidades do Entorno do Distrito Federal para conhecer a realidade de enfrentamento da violência contra a mulher. De acordo com Marina Santanna, Luziânia, Formosa e Planaltina de Goiás vivem situações “aflitivas e calamitosas”.
De
acordo com a relatora da comissão, senadora Ana Rita (PT-ES), a
situação do Distrito Federal é uma exceção. “Vimos que tem deficiência
em todos os estados. É preciso investimento, não só na reestruturação da
rede, mas na capacitação de profissionais.” A comissão já visitou 11
estados e ainda irá para outros 4 antes de apresentar o relatório final,
previsto para o início de dezembro.
Denúncias e conscientizaçãoPara a delegada de Atendimento à Mulher do DF, Ana Cristina Santiago, o aumento das denúncias não é um reflexo do crescimento de crimes, mas da conscientização das vítimas. “Cada vez mais, as mulheres estão informadas sobre seus direitos e por isso elas procuram a polícia e assim aumenta o registro”, avaliou.
Até
setembro deste ano, houve 2433 ocorrências na delegacia, contra 3189 em
todo o ano de 2011. Foram instaurados 1765 inquéritos, contra 2035 ao
longo do último ano. A delegacia atende 40% dos registros criminais
ligados à violência contra a mulher. Além de uma delegacia especializada
para atendimento às mulheres, cada uma das 31 unidades possui uma seção
dedicada a esse serviço específico.
O DF ocupa o 7º lugar do país em assassinatos de mulheres, de acordo
com dados do Mapa da Violência 2011, elaborado pelo Instituto Sangari,
em parceria com o Ministério da Justiça. A taxa de homicídios chega a
5,8 assassinatos para cada grupo de 100 mil mulheres, acima da média
nacional de 4,4.
Seção especializada
No Distrito Federal, todas as delegacias do DF têm seção de atendimento à mulher. “Mais delegacias especializadas dariam um atendimento diferenciado, mas estamos capacitadas para atender a demanda do DF. Não temos competência para atuar no Entorno”, disse Ana Cristina. Os principais delitos registrados são lesão corporal, injúria e ameaça.
No Distrito Federal, todas as delegacias do DF têm seção de atendimento à mulher. “Mais delegacias especializadas dariam um atendimento diferenciado, mas estamos capacitadas para atender a demanda do DF. Não temos competência para atuar no Entorno”, disse Ana Cristina. Os principais delitos registrados são lesão corporal, injúria e ameaça.
Em
funcionamento desde fevereiro deste ano, a CPMI tem como objetivo
investigar a situação da violência contra a mulher no Brasil e apurar
denúncias de omissão do poder público. A presidente da CPMI é a deputada
Jô Moraes (PCdoB-MG) e a vice-presidente é a deputada Keiko Ota
(PSB-SP).
Reportagem – Tiago Miranda
Edição – Maria Clarice Dias
Edição – Maria Clarice Dias