15,7% das mulheres já sofreram violência em Araraquara (SP)
Dado consta em pesquisa que será detalhada a partir de hoje, na 3ª Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres
Por Hever Costa Lima - Araraquara.com
Perto de 11,4 mil mulheres araraquarenses — 15,7% da população feminina local — admitiram já terem sido vítimas de algum tipo de violência, sendo a física a principal delas, em pesquisa feita pela ONG Cedro Mulher, em parceria com a Nueva, da Universidade Estadual Paulista (Unesp). Seus dados serão detalhados hoje, durante a 3ª Conferência Municipal de Políticas Públicas para as Mulheres, que ocorre a partir das 19 horas, na Uniara.
Realizada em 2010, a pesquisa entrevistou 401 mulheres acima de 16 anos que são eleitoras e podem definir políticas públicas para a cidade, segundo Edna Martins, presidente do Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres, que coordena o evento. A amostra corresponde a 0,55% da população feminina politicamente ativa da cidade, que é de 72,8 mil eleitoras.
Para Edna, a pesquisa pode servir como um parâmetro da dificuldade que as mulheres ainda têm de verbalizarem situações de violência, já que o volume de denúncias é muitas vezes menor do que o das ocorrências admitidas. Dados sobre este volume também serão detalhados durante a conferência de hoje.
No primeiro semestre deste ano, a Delegacia de defesa da Mulher lavrou 32 flagrantes, instaurou 140 inquéritos policiais e registrou 1.370 boletins de ocorrência de violência, além de ter encaminhado 65 pedidos de medidas protetivas à Justiça.
Já no Centro de Referência da Mulher, foram feitos 363 atendimentos de janeiro a julho deste ano.
Objetivos
Segundo Edna Martins, com o objetivo de fortalecer os organismos de elaboração de políticas para as mulheres, serão debatidos na conferência temas voltados para o cotidiano das araraquarenses. "É preciso dar voz a elas, saber o que pensam, conhecer suas experiências, para que as políticas públicas possam ser efetivas", diz.
Para ela, a conferência será a base para elaboração de um plano municipal para as mulheres em Araraquara. "Esta iniciativa está no rol de tarefas do Conselho", diz.
"Será uma oportunidade de dedicarmos um tempo para construir coletivamente nossas propostas. O que está em discussão é o que queremos para nós e para nossa família", declara Edna.
Durante o evento, deverão ser eleitas sete representantes com a missão de defender, em nível estadual, as propostas aprovadas na cidade. A coordenação do evento aspira reunir perto de 200 mulheres. Para atingir o público alvo, Edna diz que foi feita divulgação nos equipamentos públicos utilizados principalmente por mulheres, como unidades de saúde e Centro de Referência de Assistência Social (Cras).
FONTE:
http://www.feminismo.org.br
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